segunda-feira, 3 de agosto de 2015

ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS (Parte VIII - final)

Só quem tem AMOR ao Senhor pode e está apto a pastorear os pequeninos.

Com este artigo encerramos o tema: ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS
Consideramos no último artigo, em João 21, o modo como Jesus restaurou a Pedro, que o havia negado três vezes, com a pergunta: "Você me ama?" 
Vimos então que a exigência clara para pastorear as crianças, (e os jovens e adultos também) é amar a Jesus!
Amamos mesmo ao Senhor?

Há, no entanto algo mais a ser considerado. Pedro, iniciou a sua caminhada de discípulo de Cristo após presenciar uma pesca maravilhosa (Lucas 5), ocasião quando prostrou-se aos pés de Jesus tomado de impactante admiração e quando recebeu o chamado do Senhor: “Doravante serás pescador de homens”.
Naquela ocasião Pedro deixou o barco e todo o equipamento de pescador na praia e seguiu a Jesus.
Agora a situação era muito constrangedora, porque Pedro havia negado a Jesus vergonhosamente e voltara à pescaria. A chegada de Jesus ali na praia, a pesca maravilhosa novamente, o alimento que saborearam juntos e aquela pergunta de Jesus: “Amas-me mais do que estes outros?” incomodavam.
Será que “estes outros” a que Jesus se referiu seriam os outros companheiros de pesca ou os 153 grandes peixes apanhados? Deixaria Pedro o trabalho de ser pescador de homens para voltar a ser pescador de peixes?
A pergunta de Jesus incomodou ainda mais, por ter sido feita três vezes: Amas-me? Amas-me? Amas-me? O fato é que exatamente três vezes Pedro havia negado a Jesus.
“Sim, Senhor, tu sabes que te amo!” foi a resposta positiva de Pedro, sendo que na última vez ele se mostrou bem entristecido.
É preciso notar que Jesus nas duas primeiras vezes fez a pergunta usando a palavra “ágape” para “amor”: Tu me amas? Pedro, no entanto, usou a palavra “fileo” para “amor” na resposta: “Sabes que te amo”.
Era como se Jesus perguntasse: Tu me amas com amor perfeito? Aquele amor que é amplamente descrito no capítulo 13, versos 4 a 7, da primeira carta aos Coríntios:
Amor que é paciente e bondoso; que não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Amor que não é grosseiro, nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Amor que não fica alegre quando alguém faz alguma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. O amor que nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.
A resposta de Pedro trazia de certa forma o seguinte significado: “Gosto um pouco do Senhor, o meu amor é imperfeito”.
Na terceira vez Jesus usou a palavra de Pedro na pergunta: “Amas-me com amor imperfeito, Pedro?” Provavelmente isso contribuiu e muito para que Pedro ficasse entristecido, meio que cabisbaixo e envergonhado, reconhecendo de fato a pequenez de seu amor diante do grande amor do Senhor por Ele.
No entanto, surpreendentemente, nas três vezes o Senhor lhe ordena: “Apascenta os meus cordeiros! Pastoreia as minhas ovelhas! Apascenta as minhas ovelhas!
Qual a razão para Jesus usar tanto a palavra cordeiro como ovelha? Os cordeiros são os pequeninos filhotes das ovelhas, e daí concluímos que a ordem do Senhor inclui a responsabilidade do pastoreio tanto dos grandes e como também dos pequenos. As crianças precisam mesmo de pastoreio, tanto quanto os adultos, talvez até mais.
Onde estão os pastores tanto de adultos, como de jovens, como de crianças?
Só quem tem AMOR ao Senhor pode e está apto a pastorear.
O grande segredo para um ministério infanto-juvenil que seja frutífero e abençoado é ter pastores que amam ao Senhor. Está é a atitude que faz toda a diferença.
O que leva alguém a ser consciente de sua responsabilidade pastoral com as crianças é estar cheio de amor pelo Senhor Jesus. Só quem ama ao Senhor poderá amar também as crianças e dedicar-se a elas, pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: Um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Coríntios 5:14, 15).
É importante também verificar que no Antigo Testamento encontramos o mesmo princípio. Em Deuteronômio 6:4-9, antes da ordem para que os pais inculquem a Palavra de Deus em seus filhos, há o mandamento: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.
O fato é que a maioria dos pais não está abrindo os lábios para falar sobre as coisas de Deus. As crianças não estão tendo a Palavra de Deus sendo inculcada em suas vidas.
Por que isso acontece?
Isto acontece porque os seus corações dos pais estão vazios do Senhor e de Sua Palavra, pois “a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12.34). Daí a recomendação do Senhor: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos...” (Deuteronômio 6.6, 7).
E por que o coração não está cheio da Palavra do Senhor?
Porque não está havendo obediência ao mandamento estabelecido em Deuteronômio 6.4, 5: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.
Não haverá ministério eficaz com as crianças sem um coração pleno de amor ao Senhor.
O que mais amamos?
Lutero afirmou certa ocasião: Aquilo que um homem mais ama, isso é o seu deus.
Esta frase nos leva a refletir e pensar: O que eu mais amo? Qual é de fato o meu deus?
Esta afirmação de Lutero nos leva a concluir que a raiz da dificuldade em pastorear os pequeninos está no fato de que não temos o Senhor como nosso único Deus. Outros deuses estão ocupando o centro de nossos corações. Nosso amor para com Deus, de todo coração, com tudo o que há em nós e com tudo o que somos, é pequeníssimo. É preciso acabar com a idolatria dentro do coração. Derrubar os ídolos e os seus altares. Dar espaço completo para o reinado de Cristo em nós.
Qual a nossa prioridade máxima? O que mais amamos?
O trabalho, a família, certas atividades que são prazerosas. Nem sempre aquilo que amamos mais é algo ruim, pelo contrário, mas o fato é que Deus é amado menos.
Jesus disse: “Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, e sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo.” (Lucas 14:26).
Pessoalmente já precisei reconhecer, por exemplo, que a música era o meu “deus” e que eu amava e me deleitava com a música mais do que com o Senhor. Outra vez tive que reconhecer que fazia dos meus livros e biblioteca o meu “deus”. E, tragicamente, tive que reconhecer que fazia do meu trabalho para o Senhor, na obra missionária junto à APEC, o meu “deus”.
Achamos tempo para fazer tanta coisa, até para o Senhor, agindo como uma “Marta” agitados de um lado para o outro, e não achamos tempo para cultivar o nosso amor para com o Senhor, sendo uma “Maria” tendo nosso maior prazer estar aos pés do nosso Salvador.
Amas-me, mais do que estes outros?
É urgente restaurar o nosso amor para com o Senhor. Tirar os “deuses” de nossa vida e dizer: “Tu sabes que eu te amo, embora não perfeitamente, mas tu sabes todas as coisas.”
Charles Spurgeon, em seu livro Pescadores de Crianças (Edições Shedd), comentando esta passagem imagina Jesus Cristo dizendo a Pedro as seguintes palavras:
“Eu te amo tanto que confio a você aquilo que eu comprei com o sangue do meu coração. A coisa mais preciosa que tenho em todo o mundo é o meu rebanho: veja Simão, eu tenho tanta confiança em você, dependo inteiramente da sua integridade como sendo uma pessoa que me ama sinceramente, que eu lhe faço um pastor de meus cordeiros. São tudo que eu tenho na Terra, dei tudo por eles, até minha vida; e agora, Simão, filho de Jonas, cuide deles por mim”.
Você pode ouvir o Senhor Jesus falando isso para você agora?
Onde estão os pastores de crianças?
Que o Senhor levante pela sua graça e bondade, em cada igreja local, homens e mulheres que tenham o coração cheio de amor para com o Senhor, que respondam ao Senhor: Eu te amo! E que ouçam o Senhor Jesus lhes ordenando: Apascentem os meus cordeiros!
Amar a Jesus! Essa deve ser a atitude do coração!
Onde estão os pastores de crianças?
Tios, tias, professores, professoras, palhaços, palhaças, monitores, voluntários e tantos outros semelhantes precisam sair de cena.
Chega de pajear, de entreter ou de meramente “ensinar” crianças. Vamos pastoreá-las. O momento atual exige isso.
Senhor, concede-nos pela Tua Graça homens e mulheres que amem ao Senhor de todo coração e que assumam a sua função pastoral, dispostos a:
1. procurar os milhões de cordeirinhos que estão perdidos;
2. apascentar os cordeirinhos que já creram em Jesus e precisam de alimento saudável para crescerem;
3. livrar e proteger os cordeirinhos das garras violentas dos inimigos.

Gilberto Celeti é pastor, educador cristão e superintendente nacional da APEC do Brasil.

ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS (Parte VII)

O Pastor Modelo


Este é o 7º artigo dentro do tema central ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS, com a convicção que a atividade que melhor representa aquele que trabalha com as crianças é a atividade de um pastor.
Tios, tias, professores, professoras, palhaços, palhaças, monitores, voluntários e tantos outros semelhantes precisam sair de cena. 
Chega de pajear, de entreter ou de meramente “ensinar” crianças. Vamos pastoreá-las. O momento atual exige isso.
Podemos olhar o pastor de crianças em três posições bem distintas: 
1. aquele que procura a ovelha perdida; 
2, aquele que apascenta os cordeirinhos de Cristo; 
3. aquele que livra e protege dos inimigos. 
Vamos considerar neste número aquele que é o nosso Modelo.
O PASTOR MODELO

Como pastor ele cuida de seu rebanho, com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo; conduz com cuidado as ovelhas que amamentam suas crias.” (Isaías 40:11)
A ternura do Senhor como Pastor é comovente. Ele tem uma grandeza incomparável! A continuação do texto de Isaías mostra o seu domínio absoluto sobre toda a Criação, e mesmo assim é o DEUS PASTOR! Sim, Deus é revelado como infinitamente forte e infinitamente terno.
Quando veremos pastores que imitam Jesus, o nosso Pastor Modelo, que é chamado de BOM, GRANDE e SUPREMO Pastor? Onde está o pastor que: 
1. Procura a ovelha perdida? 
2. Alimenta o cordeiro de Cristo?
3. Livra a ovelha quando atacada pelos animais ferozes?
Que os pais, professores, líderes e pastores se coloquem agora mesmo diante do Supremo Pastor e ouçam a mesma pergunta que, com tanta ternura, restaurou Simão Pedro: "Você me ama?"
Pobre Pedro, que houvera negado o Senhor tão vergonhosamente! Aquela pergunta colocava o dedo bem no meio da ferida inflamada: "Você me ama?"
Pedro confessou: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. 
Charles Spurgeon, em seu livro Pescadores de Crianças (Edições Shedd), comentando esta passagem disse o seguinte: “Eu te amo tanto que confio a você aquilo que eu comprei com o sangue do meu coração. A coisa mais preciosa que tenho em todo o mundo é o meu rebanho: veja, Simão, eu tenho tanta confiança em você, dependo inteiramente da sua integridade como sendo uma pessoa que me ama sinceramente, que eu lhe faço um pastor de meus cordeiros. São tudo que eu tenho na Terra, dei tudo por eles, até minha vida; e agora, Simão, filho de Jonas, cuide deles por mim”.
Onde estão os pastores de crianças? Que o Senhor levante pela sua graça e bondade, em cada igreja local, homens e mulheres que tenham o coração cheio de amor para com o Senhor, que respondam ao Senhor: Eu te amo! E que ouçam o Senhor Jesus lhes ordenando: Apascentem os meus cordeiros!
O BOM, GRANDE E SUPREMO PASTOR
Quando teremos pastores que imitem a Jesus, o nosso Pastor Modelo? É interessante e inspirador considerar que Jesus é chamado de: 
BOM PASTOR – “O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10). É muito precioso observar que o Salmo 22 é o salmo do BOM PASTOR. O salmo que fala da morte de Jesus em nosso lugar. A sua crucificação.
GRANDE PASTOR – “...o grande pastor das ovelhas...” (Hebreus 13: ). O salmo 23 é o salmo do GRANDE PASTOR. O salmo que fala de Jesus Ressurreto, que guia e cuida de suas ovelhas cada dia.
SUPREMO PASTOR – “... quando o supremo pastor se manifestar...” (1 Pedro 5:) O salmo 24 fala do SUPREMO PASTOR. O salmo que fala da 2ª vinda de Cristo em glória.
Quando teremos homens e mulheres agindo como verdadeiros pastores, que:
1. Procuram as crianças perdidas?
2. Alimentam as crianças salvas, cordeirinhos de Cristo?
3. Livram os meninos e as meninas quando atacados pelos animais ferozes?
A PERGUNTA DO SUPREMO PASTOR
Que os pais, professores, líderes e pastores se coloquem agora mesmo diante do Supremo Pastor e ouçam a mesma pergunta que, com tanta ternura, restaurou Simão Pedro: "Você me ama?"
Esta é a pergunta desafiadora, que penetra o fundo da alma. Qual o grau de intensidade de nosso amor para com Deus?
Pense na situação em que Pedro se encontrava, tendo negado o Senhor tão vergonhosamente! E nós, quantas vezes agimos da mesma maneira? Como essa pergunta incomoda: "Você me ama?"
Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”.
Diante desta resposta afirmativa é que Pedro recebeu a incumbência de apascentar e pastorear e podemos então estabelecer que a primeira atitude para os que desejam trabalhar com as crianças: é a atitude do coração que ama a Jesus. 
Amor a Jesus! Sem amor a Jesus nada poderá ser feito.
continua...
Gilberto Celeti é pastor, educador cristão e superintendente nacional da APEC do Brasil.

ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS ( Parte VI)

Enfrentando as estratégias do inimigo


Este é o 6º artigo dentro do tema central ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS, com a convicção que a atividade que melhor representa aquele que trabalha com as crianças é a atividade de um pastor.
Jesus é quem fala do pastor que sai a procura da ovelha perdida e associa esta linda imagem ao fato de que é de suma importância buscar as crianças que estão perdidas, porque não é da vontade do Pai Celestial que nenhum pequenino se perca (Mateus 18:10-14). Sim, o pastor é aquele que procura o cordeiro perdido.
Chega de pajear, de entreter ou de meramente “ensinar” crianças. Elas necessitam, já, de pastoreio. Que os líderes em cada uma das igrejas locais tenham a visão correta sobre o ministério entre os pequeninos! Que os pais aceitem o desafio de se tornarem “pastores” de seus próprios filhos!
Além de buscar crianças perdidas e alimentar as que já receberam a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, uma terceira atividade do pastor é livrar o cordeiro quando atacado pelas feras.
Já vimos alguns dos ataques do inimigo para dominar a mente das crianças, mas há ainda mais:
ESTRATÉGIA SUTIL DO INIMIGO
Nessa guerra, que parece que ninguém vê nem percebe, há bombas lançadas nas mentes de líderes de igrejas evangélicas, para cegá-los quanto às necessidades espirituais das crianças. Muitos assimilaram ideias que não estão de acordo com a Palavra de Deus, e raciocinam que só depois dos 13 anos é que uma criança pode ser evangelizada. Ora, nessa idade já é tarde, embora para Deus nunca seja tarde demais.
Infelizmente, não se percebe que o melhor tempo para conduzir as crianças a Cristo é nos primeiros anos, começando desde quando são bebês, aproveitando muito bem o período de ouro quando são pré-escolares,  durante os anos que estão nos estudos da fase fundamental e tendo a bênção de ver as crianças já nascidas de novo antes mesmo de entrarem na pré-adolescência.
O fato é que o índice dos que recebem a Cristo antes dos 15 anos de idade é sempre muito superior ao de que qualquer outra faixa etária, levando líderes cristãos como George Barna a dizer que se uma pessoa não vier a Cristo antes dos 15 anos de idade as chances desta pessoa vir a se converter é bem pequena.
Charles Spurgeon também “brigou”, e muito, pela evangelização e discipulado das crianças, afirmando em certa ocasião: “Espero que você não esteja entre aqueles que esperam ver suas crianças convertidas apenas quando forem crescidas, e sente-se satisfeito ao deixá-las permanecer em seus pecados enquanto são crianças. Espero que você ore pela conversão das crianças enquanto são crianças, e esteja trabalhando neste sentido com a ajuda graciosa do Espírito. Se você estiver fazendo isto, não conheço qualquer outro serviço mais adequado para incluir os anjos do céu se lhes fosse permitido fazê-lo”.
CRIANÇAS TOCADAS COM MÃOS IMUNDAS
A violência da ação maligna contra a infância acontece de maneira surpreendente nos casos de abusos, sejam verbais, sejam físicos, sejam sexuais. O alto índice de pedofilia, a exploração sexual de crianças e a pornografia têm sido uma realidade cada vez mais presente na sociedade e, vergonhosamente, dentro dos ambientes chamados “evangélicos”.
É preciso estar atento, como pastor cuidadoso, para verificar que todos os cordeirinhos estejam íntegros, sem marcas de mãos sujas em seus corpos.
É preciso estar atento para verificar se as crianças estão sendo impedidas de falar, sendo obrigadas a permanecer em silêncio, sendo ameaçadas pelos “lobos” que sempre aparecem vestidos de ovelhas. É preciso estar atento para que, inclusive certos “pastores”, não se aproveitem para macular as ovelhas.
O verdadeiro pastor vai denunciar os abusos de qualquer ordem contra as crianças. O verdadeiro pastor vai abrir a boca a favor dos pequeninos, que muitas vezes são ameaçados para que fiquem calados. Quantos cordeirinhos sofrendo em silêncio!
O verdadeiro pastor, que busca a ovelha perdida, que nutre com a sã Palavra de Deus os cordeirinhos, vai proteger e defender as ovelhas. Para ele, o texto de Provérbios 31:8 é levado a sério: “Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados”. Abrir a boca a favor do mudo é abrir a boca a favor dos que não têm voz. Quem vai falar pelas crianças?
No próximo número continuaremos considerando as estratégias do inimigo.
Gilberto Celeti é pastor, educador cristão e superintendente nacional da APEC do Brasil.

ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS - (parte V)

O Pastor livra o cordeiro dos animais ferozes


Estamos considerando, sem nenhuma dúvida, que a atividade que melhor representa aquele que trabalha com as crianças é a atividade de um pastor. 
Jesus é quem fala do pastor que sai a procura da ovelha perdida e associa esta linda imagem ao fato de que é de suma importância buscar as crianças que estão perdidas, porque não é da vontade do Pai Celestial que nenhum pequenino se perca (Mateus 18:10-14). Sim, o pastor é aquele que procura o cordeiro perdido.
A INCUMBÊNCIA DADA POR JESUS 
Jesus é quem dá a Pedro a incumbência de apascentar os cordeirinhos e pastorear as ovelhas, que traz também essa imagem preciosa do cuidado que tem o pastor em suprir as necessidades de alimento, de direção, de cuidado, tanto das crianças como dos adultos (João 21:15-17). Sim, o pastor é aquele que alimenta o cordeiro de Cristo.
O pastor é aquele que conhece os cordeirinhos e as ovelhas pelo nome. Como já foi mencionado, tios, tias, professores, professoras, palhaços, palhaças, monitores, voluntários e tantos outros, embora sejam úteis no trabalho entre os pequeninos, não podem jamais ocupar o lugar dos que pastoreiam as crianças. 
Chega de pajear, de entreter ou de meramente “ensinar” crianças. Elas necessitam, já, de pastoreio. Que os líderes em cada uma das igrejas locais tenham a visão correta sobre o ministério entre os pequeninos! Que os pais aceitem o desafio de se tornarem “pastores” de seus próprios filhos!
Além de buscar crianças perdidas e alimentar as que já receberam a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, uma terceira atividade do pastor é livrar o cordeiro quando atacado pelas feras.
O PASTOR LIVRA A OVELHA QUANDO ATACADA PELOS ANIMAIS FEROZES
Há uma guerra real acontecendo. O objetivo é dominar as mentes das crianças. Muita gente não percebe. Trata-se de uma guerra invisível, das forças de Satanás, para capturar os cérebros infantis. Quem conseguir dominar estas mentes ganhará o futuro.
Não há percepção desta batalha, pois não é visível. Não se consegue visualizar o que está acontecendo na esfera espiritual. As pessoas percebem as guerras que acontecem ao redor do mundo porque essas imagens chegam todos os dias pelos noticiários. Há cenas horríveis de crianças esqueléticas por causa da fome, dos bairros destruídos por bombas, das crueldades, dos tiroteios, das barbáries, dos choros e lamentos, das tragédias e das catástrofes, das cenas de desolação e morte.
ESTRATÉGIAS DO INIMIGO
E a guerra espiritual para dominar a mente das crianças e da juventude, quem a observa? Quem se choca? Satanás age de maneira estratégica quando investe na mente infantil, lançando mão de suas setas destruidoras: a pornografia, a sexualidade precoce, a exploração sexual das crianças, os jogos, as brigas, etc. 
Quantas vidas estão sendo destruídas e ficando miseráveis? As crianças estão sendo ensinadas, por exemplo, a olharem a homossexualidade como algo normal. Isso é um ataque às suas mentes. Quem percebe estes ataques destruidores às mentes das crianças, através de filmes, jogos e livros? 
As famílias estão sendo bombardeadas! Não há filme ou novela que não lance essas granadas mortíferas para desestabilizar, descaracterizar e destruir a família. A família está sendo arrebentada, quebrada. Famílias fracas, com crianças deprimidas que buscam nas drogas algum tipo de escape, são ataques às mentes das crianças. O ódio de Satanás pelas crianças fica patente no elevadíssimo índice de abortos que se pratica diariamente, em toda parte. O número de abortos revela uma crueldade imensa.
As crianças têm as suas mentes bombardeadas através de jogos e vídeos em que a violência e o satanismo seguem de mãos dadas. Os jogos de RPG, por exemplo, incentivam o mal. Quanto mais o jogador for perverso, quanto mais maldades cometer, obterá um resultado melhor na pontuação do jogo. É um verdadeiro absurdo! E as crianças estão sendo ensinadas assim.
No próximo número continuaremos considerando as estratégas do inimigo.
Gilberto Celeti é pastor, educador cristão e superintendente nacional da APEC do Brasil

ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS - (parte IV)

O Pastor alimenta o cordeiro de Cristo



“Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, você me ama mais do que estes? Disse ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse Jesus: Cuide dos meus cordeiros” (João 21:15).

Os que ministram às crianças precisam tornar a doutrina acessível; essa será a parte principal do seu trabalho. Ensinar aos pequenos a verdade completa. Os cordeirinhos de Jesus têm que crescer, aumentando a capacidade de saber, de ser, de fazer, de sentir, portanto, precisam ser bem alimentados e bem instruídos.

As crianças salvas correm o risco de que sua fome seja satisfeita com a mentira, com o erro, com a má doutrina. O inimigo fará de tudo para ganhar as mentes das crianças. Nós temos que chegar primeiro e ganhar os corações dos pequenos com a mensagem de Deus.

Infelizmente, o que vemos hoje são cordeiros e ovelhas sem pastoreio algum, sem alimento. É a época do alimento desprovido de nutrientes e que provoca doenças como câncer e diabetes. Só coisas gostosas e atraentes, lanches, doces, bebidas efervescentes, e tanto mais. Hoje, o que se vê é show, atração, brincadeiras, festas. Onde estão os púlpitos? desviará dele

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6) Talvez este versículo seja um dos mais conhecidos e citados quando o assunto é a criança. No entanto, até que ponto acreditamos em sua afirmação e agimos de acordo? O que, de fato, é ensinado à criança hoje?

Entremos, por um momento, numa casa cujos pais estão com os filhos nos primeiros anos de sua vida, talvez um deles já iniciando sua experiência na escola. Quais brincadeiras e brinquedos atraem estas crianças? Quanto tempo de conversação os pais têm com os seus filhos? Em que momento todos se reúnem para oração e leitura da Bíblia? Será que a família tem tempo para conversar? Será que faz suas refeições diante da televisão? Será que essas crianças ficam totalmente “ligadas” nos games, nos programas de TV, nos jogos da Internet?

Entremos, também, numa sala de aula. Que tipo de ensino as crianças recebem? Será que ouvem que o mundo surgiu por acaso? Ou na sequência de um processo evolutivo? E que não existe um Criador?

E se entrarmos numa igreja local, encontraremos crianças sendo devidamente orientadas quanto à pessoa de Deus? Quanto ao Evangelho todo da salvação em Cristo? Quanto ao valor e à riqueza da Bíblia, a Palavra de Deus? Ou será que encontraremos apenas entretenimento sem conteúdo e professores despreparados? O que, afinal, está sendo colocado nas mentes das crianças?

Para atrair as pessoas, principalmente as crianças, a Igreja está mais empenhada em divertir os seus pequenos. O que mais se vê é um programa atrativo, cheio de atividades interessantes, com barulho, muito movimento, novidades e surpresas. Metodologias com características inovadoras têm surgido. Algumas excelentes, outras nem tanto assim. Metodologias são muitas bem vindas! De qualquer forma, independente da metodologia escolhida o fundamental é: existe um conteúdo bíblico consistente?

As aulas para as crianças precisam ter conteúdo bíblico, ensino sério sobre a pessoa de Deus, dependência e presença do Espírito Santo, seriedade, respeito, reverência.

As pessoas procuram métodos inovadores, visuais que impressionam, músicas que tenham ritmo e barulho, atividades com movimento, atividades manuais excêntricas... mas não estão preocupadas com o genuíno leite espiritual. (1 Pedro 2:2).

Onde está o ensino que vai livrar a criança do inferno? (Mateus 10:28) Onde está o ensino que vai livrar dos enganos de Satanás? (1 Timóteo 4:1) Onde está o ensino que vai fazê-la andar no caminho certo mesmo na velhice? (Provérbios 22:6) Onde está o ensino que a conduz ao Príncipe da verdadeira Paz? (Isaías 9:6).

Não se trata de ser contra brincar, fazer atividade manual, cantar com ritmo e barulho, nem mesmo contra a diversão! Pelo contrário, tudo isso é importante. O fundamental é colocar, nas programações, em primeiro lugar, o ENSINO DE DEUS.

Onde estão os pastores de crianças que vão ajudar e incentivar as crianças a memorizarem versículos bíblicos? A cantarem músicas com conteúdo cristão? A conhecerem o Evangelho e a doutrina através de lições bíblicas bem preparadas? A direcionar toda e qualquer atividade para o ensino, fixação e prática da Palavra de Deus, a Bíblia?

No próximo número falaremos do pastor que protege os seus cordeirinhos.

Gilberto Celeti é pastor, educador cristão e superintendente nacional da APEC do Brasil

ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS - (parte III)

Pastorear crianças não é tarefa para qualquer um

As crianças necessitam urgentemente de homens e mulheres que se submetam à vontade de Deus e se dediquem a pastoreá-las. O momento atual exige isso. O que faz um “pastor” de crianças que deseja fazer a vontade do Pai?

Os pastores sempre foram conhecidos como profissionais que alimentavam e protegiam os rebanhos, que procuravam as ovelhas perdidas e que livravam dos animais ferozes as ovelhas que estivessem sendo atacadas.

Na edição anterior, vimos o trabalho do pastor à procura da ovelha perdida. Vejamos agora o pastor como aquele que alimenta o seu rebanho.

O termo “pastor” aparece setenta e sete vezes no Antigo Testamento (raah). No grego (poimén), aparece dezoito vezes. No seu sentido literal, um pastor é alguém que cuida dos rebanhos de ovelhas. Aparece pela primeira vez em Gênesis 4:2, referindo-se à ocupação de Abel. Pode-se dizer que, ao lado da agricultura, é a mais antiga profissão do mundo.

Moisés era apenas um pastor, em Midiã, quando Deus o chamou ao Egito para libertar o povo de Israel que estava ali escravizado havia várias gerações. Davi era apenas um pastor, em Belém, quando Deus o chamou a fim de liderar o reino de Israel.

Deus é o Pastor de Israel. “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Salmo 23:1). Ele apascenta (Isaías 40:11), guarda (Jeremias 31:10) e sai à procura do seu rebanho (Ezequiel 34:12).

No Novo Testamento, Jesus Cristo é o Bom Pastor que deu a sua vida pelas suas ovelhas (João 10:2,11,14,16). Ele é chamado de “o Grande Pastor”, em Hebreus 13:20, e de Supremo Pastor, em 1 Pedro 2:25.

O verdadeiro pastor:

1. Instrui e guia as ovelhas com a sua palavra e com o seu exemplo, vai adiante delas.
2. Vive bem familiarizado com as suas ovelhas, e elas o conhecem bem, o que indica comunhão e comunicação.
3. É inteiramente devotado ao seu rebanho e dá a própria vida pelas suas ovelhas.
4. Tem um estilo de vida que agrada ao Senhor:
    a) É sadio na doutrina, forte na fé, tem prazer em ensinar e é capaz de fazê-lo;
    b) Vive de maneira piedosa e manifesta o fruto do Espírito em sua vida;
    c) É responsável e perseverante;
    d) Busca a santificação, é equilibrado e livre de vícios;
    e) Tem boa reputação e não é dado a contendas;
    f) Tem uma linguagem sadia e não usa de maledicências ou fofocas;
    g) Vive honestamente, não é ganancioso, nem anda atrás do dinheiro;
    h) Tem uma boa família, que não lhe traz perturbações;
    i) É conhecido pelas boas obras que realiza.
5. Garante a segurança do rebanho, vigiando contra os ataques dos inimigos.

Todas essas características fazem violento contraste com os falsos pastores, indivíduos totalmente egoístas e perversos que, na realidade, não podem oferecer qualquer vantagem ou bênçãos ao rebanho de Deus. Pelo contrário, há até muitos obreiros e “pastores” que são pedófilos e abusadores de crianças, muitas vezes são acobertados para não ficarem expostos e serem motivos de escândalo. Absurda esta “compaixão” para com esses “pastores” que são, na realidade, lobos com pele de ovelha. “A compaixão nem sempre é virtude, quem poupa a vida do lobo, condena à morte as ovelhas”, afirmou o escritor francês Vitor Hugo.

Muito triste também é constatar que, em muitos lugares, as pessoas colocadas para instruírem as crianças não possuem a responsabilidade e as qualificações necessárias. Diante dos cordeirinhos precisam estar os melhores “pastores e mestres”. Não é tarefa para “qualquer um” realizar.

O pastor que alimenta os cordeirinhos de Cristo

Além de evangelizar as crianças, é preciso alimentá-las. O alimento é a doutrina bíblica e saudável. A Palavra de Deus é o alimento verdadeiro para as crianças que Jesus chama de seus cordeiros. Ele mesmo diz: “Apascenta os meus cordeiros” (João 21:15).

“Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, você me ama mais do que estes? Disse ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse Jesus: Cuide dos meus cordeiros” (João 21:15).

A palavra aqui significa alimentar, cuidar. No versículo seguinte significa governar, dirigir, orientar, fazer tudo o que um pastor tem que fazer com um rebanho. Mas no versículo que fala dos cordeirinhos o significado principal é alimentar. Este dever não pode ser negligenciado. Há uma necessidade imperiosa de instruir as crianças na fé. As crianças precisam, prioritariamente, aprender a doutrina, a verdade e a vida do evangelho de Cristo. Elas precisam que a verdade da Palavra de Deus lhes seja ensinada com clareza e convicção.

Na próxima reflexão falaremos mais do pastor que alimenta o cordeirinho de Cristo.


Gilberto Celeti é pastor, educador cristão e superintendente nacional da APEC do Brasil